"Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão."
Gilbert Keith Chesterton
Creio que nós teistas não devemos nos limitar aos argumentos a favor da existência de Deus, mas defendermos também argumentos para a crença na existência de Deus.
Digo isto, porque apesar de os ateus terem sido totalmente fracos ao tratar sobre os argumentos teistas para a existência de Deus tem incoerentemente fingido que não há nenhuma implicação existêncial em questão.
Quando apelamos para o "argumento existencial" somos tidos como pessoas carentes que apelam para falácias emocionais, mas dizer que não devemos ser guiados por falsas alegações (sejam elas emocionais ou não) é dar um sentido objetivo para a existência.
Em um dos episódios do seriado Doutor House, o protagonista responde a este tipo de argumento dizendo que o que lhe importava era a verdade (nua e crua). Mas no materialismo que superioridade possui a verdade? Possuímos um dever moral para com ela?
Se a vida não possui um sentido tanto faz crer ou não crer em Deus, estar ou não estar de acordo com a verdade ou com a moralidade. O ateísmo militante é assim uma postura imbecíl e meramente emocional, pois mesmo que Deus não exista o teismo não é em nada inferior se partirmos da pregação de que uma idéia de "mundo pior" ou "mundo melhor" é simplesmente subjetiva. Não passa de uma briga para saber quem tem a razão e nada mais.
O fato de os ateus poderem viver uma vida mais "liberal", em um estilo epicurista ou imediatista não faz de sua existência mais significativa que a teista, pois se baseia em uma ilusão sem valor objetivo. O mundo somente pode ser melhor se Deus existir já que passa a ter um significado relevante:
1. Se o ateísmo é verdadeiro a vida não possui um significado objetivo;
2. Se a vida não possui um significado objetivo a alegação de que o ateísmo é superior ao teísmo ou uma forma mais significativa de viver é simplesmente subjetiva;
3. Logo, a própria veracidade do ateísmo é irrelevante para sustentar a sua superioridade.
Gosto de trabalhar com uma ilustração em que um filósofo propõe um argumento definitivo para a inexistência de Deus e seus amigos ateistas o abordam dizendo:
- Este argumento é o que procuramos desde o surgimento da humanidade!! Vamos apresentá-lo a estes teístas estúpidos e responder a pergunta mais importante da história!!
- O mundo seria melhor se Deus existisse... Saibam que o fato de eu não crer que Deus exista não quer dizer que acho isto algo agradável.
- Mas Ele não existe!!! Estavamos certos!!
- Eu sou um filósofo. Não pense que me dedico a estas brigas de ego.
- Entendo, mas esta é a verdade, a resposta definitiva a questão mais importante da humanidade!! Não seja egoísta!! Você é um pensador brilhante!!
- Se Deus não existe a vida não possui sentido algum e ninguém venceu ou pode vencer aqui. Se Deus não existe tanto faz se descobrimos isto. A filosofia e todo conhecimento não possui sentido algum. Se a vida não possui significado não há sentido em se filosofar sobre ela, tanto faz em que crêem as pessoas, ora. A filosofia morreu aqui, pois a descoberta em questão se torna sem importância.
- Podemos comemorar, amigo... Apresente este argumento ao mundo e nos tornaremos livres da opressão religiosa e de todas as suas superstições!!
- Um ateu que comemora por Deus não existir, indiretamente comemora por o estupro não ser objetivamente imoral, mas ser simplesmente um valor cultural. Este ateu indiretamente comemora o fato de a vida humana não ser em nada mais nobre do que uma pedra morta. Este tipo de ateu é como um condenado que aposta com seu parceiro de cela qual será a sua forma de morte e festeja ao saber que como havia previsto será enforcado, isto pelo simples prazer de ter a razão no final das contas.
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