quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um Aniquilacionista Precisa Ser Necessariamente Um Materialista?

Não. Um grande equívoco cometido tanto por aqueles que defendem o mortalismo cristão quanto por aqueles que defendem o imortalismo é a crença de que o primeiro implica necessariamente em alguma forma de materialismo teísta e a de que os atos humanos estão simplesmente limitados aos processos cerebrais.

Creio que o aniquilacionismo e a crença em uma alma imaterial podem ser racionalmente conciliados quando teorizamos a existência de uma alma imaterial além do corpo, mas que morre juntamente com ele. Na ressurreição, esta alma poderia ser restaurada e Deus acabaria conservando a identidade de todas as pessoas, as salvas ou não, para toda à eternidade.

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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

C.S. Lewis Song - Brooke Fraser



Tradução:

Se eu encontrar em mim mesma
Desejos que nada neste mundo pode satisfazer,
Eu só posso concluir
Que eu não fui feita para este lugar.
Se a minha luta contra a carne é na melhor das hipóteses
Apenas leve e momentânea
Então é claro que eu me sentirei nua
Quando comparada com o lugar para onde estou destinada

Fale comigo na luz da alvorada
Misericórdia vem com a manhã
Eu suspirarei e com toda a criação gemerei
Enquanto espero a esperança vir para mim
Estou perdida ou ainda não encontrada?
No caminho reto ou andando em círculos
do caminho errado?
Existe uma alma que se move em mim,
Ela está se libertando, querendo se tornar viva?
Porque o meu conforto me faz preferir ficar dormente
E evitar o vindouro nascimento
De quem eu nasci para me tornar

Fale comigo na luz da alvorada
Misericórdia vem com a manhã
Eu suspirarei e com toda a criação gemerei
Enquanto espero a esperança vir para mim

Porque nós, nós não estamos aqui por muito tempo
Nosso tempo é apenas um fôlego,
Então e melhor respirá-lo
E eu, eu fui feita para viver,
Fui feita para amar,
Eu fui feita para Te conhecer
A esperança está vindo para mim
Esperança, Ele está vindo para mim
Esperança está vindo para mim
Esperança, Ele está vindo

Fale comigo na luz da alvorada
Misericórdia vem com a manhã
Eu suspirarei e com toda a criação gemerei
Enquanto espero a esperança vir para mim
Para mim, para mim, para mim

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Porquê a Religião Não é Necessariamente Má

Existem vários humanistas que apegados ao seu secularismo opõem-se fervorosamente ao teismo afirmando que a religião é essencialmente violenta e uma forma de exploração popular. Que a religião é utilizada para a prática violenta e para a exploração não há dúvida alguma. Mas creio que a afirmação de que a religião é necessariamente uma forma de alienação social é muito ousada, pois mesmo que todas as religiões do mundo estimulassem a violência, a exploração e várias outras práticas tidas como negativas ainda assim não teriamos poder para afirmar que a religião não pode em qualquer caso fazer o bem, ou até mesmo que seja provávelmente tendenciosa para algo mal. Isto iria simplesmente significar que a maioria das pessoas a utilizaria para fins não muito corretos. As esferas políticas, famíliares, socias, etc. estão sujeitas ao mesmo problema e não podemos inferir que todas elas não necessariamente negativas. Elas podem ser tanto utilizadas para o bem quanto para o mal.

Lógicamente a objeção destas pessoas não se concentra meramente na afirmação de que a religiosidade leva à violência e à exploração, mas também na crença de que estas coisas são más. A simples alegação de que a religião gera alienação não seria suficiente para revelar a sua negatividade:

a) A religião gera necessariamente a violência e a exploração;
b) Logo, toda religião é má.


Nem todas as formas de religião geram estes desajustes sociais. A primeira premissa é falsa se quiser alegar isto. Além disso, nós damos um grande salto entre ela e a conclusão ao desconsiderar uma premissa oculta, pois elas somente serão coerentes se nós revelarmos uma premissa que nos leva ao argumento moral tanto utilizado pelo teísmo:

a) X gera a violência e a exploração;
b) A violência e a exploração são coisas más;
c) Logo, x é mal.


Se o ateísmo é verdadeiro a conclusão a que chegamos é a de que a violência e a exploração não podem ser coisas objetivamente negativas, mas simplesmente práticas desagradáveis ou socialmente impopulares. Seria o mesmo que alguém propor:

a) A religião é amarela;
b) Logo, toda religião é má.


Para que uma coisa possa ser má é necessário que Deus exista. Sou levado então a crer que a religião não é necessariamente má.

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um Mundo Sem Deus é Melhor do Que Um Mundo Com Deus?

"Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão."

Gilbert Keith Chesterton

Creio que nós teistas não devemos nos limitar aos argumentos a favor da existência de Deus, mas defendermos também argumentos para a crença na existência de Deus.

Digo isto, porque apesar de os ateus terem sido totalmente fracos ao tratar sobre os argumentos teistas para a existência de Deus tem incoerentemente fingido que não há nenhuma implicação existêncial em questão.

Quando apelamos para o "argumento existencial" somos tidos como pessoas carentes que apelam para falácias emocionais, mas dizer que não devemos ser guiados por falsas alegações (sejam elas emocionais ou não) é dar um sentido objetivo para a existência.

Em um dos episódios do seriado Doutor House, o protagonista responde a este tipo de argumento dizendo que o que lhe importava era a verdade (nua e crua). Mas no materialismo que superioridade possui a verdade? Possuímos um dever moral para com ela?

Se a vida não possui um sentido tanto faz crer ou não crer em Deus, estar ou não estar de acordo com a verdade ou com a moralidade. O ateísmo militante é assim uma postura imbecíl e meramente emocional, pois mesmo que Deus não exista o teismo não é em nada inferior se partirmos da pregação de que uma idéia de "mundo pior" ou "mundo melhor" é simplesmente subjetiva. Não passa de uma briga para saber quem tem a razão e nada mais.

O fato de os ateus poderem viver uma vida mais "liberal", em um estilo epicurista ou imediatista não faz de sua existência mais significativa que a teista, pois se baseia em uma ilusão sem valor objetivo. O mundo somente pode ser melhor se Deus existir já que passa a ter um significado relevante:

1. Se o ateísmo é verdadeiro a vida não possui um significado objetivo;

2. Se a vida não possui um significado objetivo a alegação de que o ateísmo é superior ao teísmo ou uma forma mais significativa de viver é simplesmente subjetiva;

3. Logo, a própria veracidade do ateísmo é irrelevante para sustentar a sua superioridade.


Gosto de trabalhar com uma ilustração em que um filósofo propõe um argumento definitivo para a inexistência de Deus e seus amigos ateistas o abordam dizendo:

- Este argumento é o que procuramos desde o surgimento da humanidade!! Vamos apresentá-lo a estes teístas estúpidos e responder a pergunta mais importante da história!!

- O mundo seria melhor se Deus existisse... Saibam que o fato de eu não crer que Deus exista não quer dizer que acho isto algo agradável.

- Mas Ele não existe!!! Estavamos certos!!

- Eu sou um filósofo. Não pense que me dedico a estas brigas de ego.

- Entendo, mas esta é a verdade, a resposta definitiva a questão mais importante da humanidade!! Não seja egoísta!! Você é um pensador brilhante!!

- Se Deus não existe a vida não possui sentido algum e ninguém venceu ou pode vencer aqui. Se Deus não existe tanto faz se descobrimos isto. A filosofia e todo conhecimento não possui sentido algum. Se a vida não possui significado não há sentido em se filosofar sobre ela, tanto faz em que crêem as pessoas, ora. A filosofia morreu aqui, pois a descoberta em questão se torna sem importância.

- Podemos comemorar, amigo... Apresente este argumento ao mundo e nos tornaremos livres da opressão religiosa e de todas as suas superstições!!

- Um ateu que comemora por Deus não existir, indiretamente comemora por o estupro não ser objetivamente imoral, mas ser simplesmente um valor cultural. Este ateu indiretamente comemora o fato de a vida humana não ser em nada mais nobre do que uma pedra morta. Este tipo de ateu é como um condenado que aposta com seu parceiro de cela qual será a sua forma de morte e festeja ao saber que como havia previsto será enforcado, isto pelo simples prazer de ter a razão no final das contas.


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sábado, 25 de dezembro de 2010

Breve Comentário Sobre Lucas 16

"Esta parábola extremamente séria nasceu da zombaria dos fariseus
com relação ao ensinamento da parábola que tinham ouvido dos lábios de
Jesus (Lc 16:14). Aqueles líderes religiosos possuíam uma vida de luxo, e
viviam no amor ao dinheiro e nos prazeres que a riqueza podia comprar. No
entanto, zombaram do conselho sobre a melhor maneira de usar os bens
materiais em benefício de outras pessoas, de tal forma que conquistassem
recompensas eternas. O seu dinheiro lhes pertencia e eles não queriam
algum conselho de Jesus sobre como usá-lo corretamente. Surgiu então
essa parábola, a qual ensina sobre o terrível fim daqueles que vivem
apenas para satisfazer os seus próprios desejos, pecaminosos e egoístas.
Os "bens" (Lc 16:25) que lhes pertenciam seriam muito aproveitáveis no
mundo, mas a confiança foi traída e o resultado de uma vida, da qual eles
abusaram, levou-os ao inferno."


Fonte: Todas as Parábolas da Bíblia - Herbert Lockyer

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A Criação do Estado de Israel é Um Sinal Escatológico?

Não. Eu devo reconhecer que a criação de um Estado como a que está em questão é algo "altamente improvável", mas não vejo nenhum motivo para ver isto como um sinal escatológico. Geralmente religiosos cristãos e judeus utilizam o texto de Isaias 11 para defender a predição de tal profecia, mas considerando que os escritores bíblicos estavam introduzidos em um contexto profundamente patriótico e patriarcal não haveria nada mais normal do que apelarem para "profecias" em que Deus restauraria a Terra Prometida independente de quantas vezes ela fosse perdida.

É absurdamente provável que um povo que acredite em um Deus poderoso e nacional creia também que Ele venha um dia a reestabelecer a sua terra. O mesmo se dá em outros textos bíblicos e até mesmo em vários outros povos espalhados pelo mundo.

Uma pessoa, por exemplo, pode acreditar em uma coisa improvável e esta coisa improvável acontecer, mas isto não quer dizer que ela aconteceu necessariamente porque ela cria nisto. Uma coincidência é o que temos aqui.

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domingo, 19 de dezembro de 2010

Por que os Hebreus Praticavam Sacrifícios Animais?

Sombras do porvir, superstições do povo escolhido ou ambas as coisas?

Existia um mito na Antiguidade de que o sangue era a vida de um homem ou animal. Estes ao contrário das plantas possuiam essa "vida" que por sinal levou os judeus a prática de não comer a carne de animais com o seu sangue.

Sacrifício no Judaísmo

No Judaísmo, o sacrifício é conhecido como Korban, palavra oriunda do hebreu karov, que significa "vir para perto de Deus".

Judeus medievais como Maimônides reinterpretaram a necessidade de sacrifícios. Em sua visão, Deus sempre colocava os sacrifícios abaixo de orações e da meditação filosófica. No entanto, Deus entendia que os israelitas estavam acostumados aos sacrifícios animais, que as tribos pagãs realizavam como forma de comunicação com seus deuses. Assim, na visão de Maimônides, era natural que os israelitas acreditassem que o sacrifício fosse necessário na relação entre o homem e Deus. Maimônides concluiu que a decisão de Deus de permitir sacrifícios era uma concessão às limitações psicológicas do homem. Era esperado que os israelitas passassem de sacrifícios à adoração pagã em pouco tempo.


Fonte: Wikipédia

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