A Bíblia apresenta o amor como o resumo do mandamento divino e o perdão como o meio pelo qual Deus salva a humanidade. O amor porém, não implica necessariamente em perdão. O primeiro é incondicional e o segundo está sujeito à postura do objeto amado. Mateus 6,14, 15 nos apresenta um perdão condicional ao afirmar : "Porque, SE perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; SE, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas". Lucas 17.3, 4 prega o mesmo:"SE teu irmão pecar contra ti, repreende-o; SE ele se arrepender, perdoa-lhe".
Fica explícito nestes textos que o perdão está condicionado a fatores geralmente não considerados e ao contrário do que a maioria cristã crê Jesus não ensinou que se deve perdoar a todos, mas sim amar a todos. Somente devem receber perdão os que estão gozando de um sincero arrependimento. João 3.16, nos dá uma boa noção do que a Bíblia nos quer dizer com isto: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele".
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domingo, 31 de outubro de 2010
Uma Resposta Para Vinícius e Uma Falácia Imortalista
Recentemente tenho participado de um debate com um imortalista chamado Vinícius e ele após várias tentativas de refutação não pôde derrubar meu argumento cumulativo do aniquilacionismo que gosto de chamar de teoria da existência moralmente aceitável. Uma das suas fracas objeções ao meu tipo de aniquilacionismo é a seguinte:
"(O aniquilacionismo) iguala todos os condenados e todos os pecados. Hitler e o ladrão de laranjas tem o mesmo destino. Está nítido que não há justiça em aplicar a Hitler o mesmo destino que o do ladrão de galinhas."
Diante deste tipo de "argumento" devemos ter um certo cuidado com as sutís falácias do táxi e do apelo à ignorância. O fato de todos os maus serem igualmente aniquilados não quer dizer que todos estes sejam culpados na mesma proporção assim como o fato de todos serem igualmente torturados pela eternidade não significa que todos também sejam culpados na mesma proporção. Qualquer análise sincera sobre a questão nos levará à conclusão de que aparentemente não somente o aniquilacionismo, mas as duas propostas põem maiores e menores pecadores em pé de igualdade. Se houvesse um consenso entre os adéptos da teoria do inferno sobre como tal diferenciação é ou será feita Dante Alighieri não precisaria ter apelado para um inferno compartimentado em sua obra "A Divina Comédia". Eu muito bem poderia perguntar o mesmo:
"Vc ainda não explicou como há justiça no tormento eterno se ele iguala Hitler a um ladrão de galinhas. Existe alguma justiça em oferecer o mesmo destino (o inferno eterno) à Hitler e ao ladrão de galinhas?"
A verdade é que a Bíblia não é clara ao dar uma resposta sobre isto e não creio que as teorias apresentáveis sejam mais do que teorias. Ambos os grupos talvez só saberão como isto será feito no Juízo Final. É entretanto, sabido tanto por aniquilacionistas quanto por imortalistas que Deus o fará com justiça. Apesar das afirmações de Jesus nos darem a idéia de que a punição será "na mediada" não há nenhum consenso no meio teológico sobre como isto será feito. Existem várias teorias que independem de qual visão seja a verdadeira e nenhuma a meu ver possui tanta vantagem sobra a outra para que concluamos a sua maior plausibilidade.
O que podemos concluir é que a única forma de alguém provar que o aniquilacionismo implica em uma injusta igualdade entre pecadores maiores e menores não pode se basear no fato de que aniquilacionistas não saibam como isto será feito, pois os imortalistas enfrentam o mesmo problema, mas sim provando primeiro que esta proposta é impossível no aniquilacionismo, algo que nenhum imortalista pode fazer.
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"(O aniquilacionismo) iguala todos os condenados e todos os pecados. Hitler e o ladrão de laranjas tem o mesmo destino. Está nítido que não há justiça em aplicar a Hitler o mesmo destino que o do ladrão de galinhas."
Diante deste tipo de "argumento" devemos ter um certo cuidado com as sutís falácias do táxi e do apelo à ignorância. O fato de todos os maus serem igualmente aniquilados não quer dizer que todos estes sejam culpados na mesma proporção assim como o fato de todos serem igualmente torturados pela eternidade não significa que todos também sejam culpados na mesma proporção. Qualquer análise sincera sobre a questão nos levará à conclusão de que aparentemente não somente o aniquilacionismo, mas as duas propostas põem maiores e menores pecadores em pé de igualdade. Se houvesse um consenso entre os adéptos da teoria do inferno sobre como tal diferenciação é ou será feita Dante Alighieri não precisaria ter apelado para um inferno compartimentado em sua obra "A Divina Comédia". Eu muito bem poderia perguntar o mesmo:
"Vc ainda não explicou como há justiça no tormento eterno se ele iguala Hitler a um ladrão de galinhas. Existe alguma justiça em oferecer o mesmo destino (o inferno eterno) à Hitler e ao ladrão de galinhas?"
A verdade é que a Bíblia não é clara ao dar uma resposta sobre isto e não creio que as teorias apresentáveis sejam mais do que teorias. Ambos os grupos talvez só saberão como isto será feito no Juízo Final. É entretanto, sabido tanto por aniquilacionistas quanto por imortalistas que Deus o fará com justiça. Apesar das afirmações de Jesus nos darem a idéia de que a punição será "na mediada" não há nenhum consenso no meio teológico sobre como isto será feito. Existem várias teorias que independem de qual visão seja a verdadeira e nenhuma a meu ver possui tanta vantagem sobra a outra para que concluamos a sua maior plausibilidade.
O que podemos concluir é que a única forma de alguém provar que o aniquilacionismo implica em uma injusta igualdade entre pecadores maiores e menores não pode se basear no fato de que aniquilacionistas não saibam como isto será feito, pois os imortalistas enfrentam o mesmo problema, mas sim provando primeiro que esta proposta é impossível no aniquilacionismo, algo que nenhum imortalista pode fazer.
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sábado, 2 de outubro de 2010
A Bíblia, o Inferno e a Imortalidade
Creio que tanto imortalistas quanto aniquilacionistas cometem um grande erro ao tentar defender suas doutrinas biblicamente. Primeiramente porque aquilo que podemos chamar de "doutrina assencial" do cristianismo descarta o estado dos mortos e em segundo lugar os escritores bíblicos em seu conhecimento limitado do mundo possuem um claro discurso divergente. Nada mais natural do que existirem divergências em uma organização feita com os escritos de vários escritores diferentes e com um período tão longo de tempo entre eles. As aparentes aparições do profeta Samuel ao rei Saul e de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração, a promessa de Jesus ao ladrão na cruz, os aniquilacionismos vetotestamentário e paulino entre outros tantos relatos acabam por criar uma guerra entre aniquilacionistas e imortalistas inerrancistas. A questão que envolve o estado dos mortos não é uma questão teológica, mas filosófica e científica.
Geralmente ambos os grupos debatem sobre a questão da imortalidade ou não do homem quando a existência do inferno não é uma consequência inquestionável da confissão afirmativa. O fato de o homem possuir uma alma imortal (algo que eu duvido muito) não prova teológica ou filosoficamente a existência de um inferno dadas as várias perspectivas existentes e possíveis em relação a uma mítica imortalidade dos maus.
O máximo que um imortalista inerrancista poderia defender biblicamente é que alguns dos santos são imortais, mas não a existência do inferno. Fica entretanto, notório através da postura de Paulo que a Igreja mais tarde abraçou o aniquilacionismo baseando sua esperança na ressurreição e não em uma imortalidade da alma.
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Geralmente ambos os grupos debatem sobre a questão da imortalidade ou não do homem quando a existência do inferno não é uma consequência inquestionável da confissão afirmativa. O fato de o homem possuir uma alma imortal (algo que eu duvido muito) não prova teológica ou filosoficamente a existência de um inferno dadas as várias perspectivas existentes e possíveis em relação a uma mítica imortalidade dos maus.
O máximo que um imortalista inerrancista poderia defender biblicamente é que alguns dos santos são imortais, mas não a existência do inferno. Fica entretanto, notório através da postura de Paulo que a Igreja mais tarde abraçou o aniquilacionismo baseando sua esperança na ressurreição e não em uma imortalidade da alma.
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