sábado, 2 de outubro de 2010

A Bíblia, o Inferno e a Imortalidade

Creio que tanto imortalistas quanto aniquilacionistas cometem um grande erro ao tentar defender suas doutrinas biblicamente. Primeiramente porque aquilo que podemos chamar de "doutrina assencial" do cristianismo descarta o estado dos mortos e em segundo lugar os escritores bíblicos em seu conhecimento limitado do mundo possuem um claro discurso divergente. Nada mais natural do que existirem divergências em uma organização feita com os escritos de vários escritores diferentes e com um período tão longo de tempo entre eles. As aparentes aparições do profeta Samuel ao rei Saul e de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração, a promessa de Jesus ao ladrão na cruz, os aniquilacionismos vetotestamentário e paulino entre outros tantos relatos acabam por criar uma guerra entre aniquilacionistas e imortalistas inerrancistas. A questão que envolve o estado dos mortos não é uma questão teológica, mas filosófica e científica.

Geralmente ambos os grupos debatem sobre a questão da imortalidade ou não do homem quando a existência do inferno não é uma consequência inquestionável da confissão afirmativa. O fato de o homem possuir uma alma imortal (algo que eu duvido muito) não prova teológica ou filosoficamente a existência de um inferno dadas as várias perspectivas existentes e possíveis em relação a uma mítica imortalidade dos maus.

O máximo que um imortalista inerrancista poderia defender biblicamente é que alguns dos santos são imortais, mas não a existência do inferno. Fica entretanto, notório através da postura de Paulo que a Igreja mais tarde abraçou o aniquilacionismo baseando sua esperança na ressurreição e não em uma imortalidade da alma.

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