domingo, 31 de outubro de 2010

Uma Resposta Para Vinícius e Uma Falácia Imortalista

Recentemente tenho participado de um debate com um imortalista chamado Vinícius e ele após várias tentativas de refutação não pôde derrubar meu argumento cumulativo do aniquilacionismo que gosto de chamar de teoria da existência moralmente aceitável. Uma das suas fracas objeções ao meu tipo de aniquilacionismo é a seguinte:

"(O aniquilacionismo) iguala todos os condenados e todos os pecados. Hitler e o ladrão de laranjas tem o mesmo destino. Está nítido que não há justiça em aplicar a Hitler o mesmo destino que o do ladrão de galinhas."

Diante deste tipo de "argumento" devemos ter um certo cuidado com as sutís falácias do táxi e do apelo à ignorância. O fato de todos os maus serem igualmente aniquilados não quer dizer que todos estes sejam culpados na mesma proporção assim como o fato de todos serem igualmente torturados pela eternidade não significa que todos também sejam culpados na mesma proporção. Qualquer análise sincera sobre a questão nos levará à conclusão de que aparentemente não somente o aniquilacionismo, mas as duas propostas põem maiores e menores pecadores em pé de igualdade. Se houvesse um consenso entre os adéptos da teoria do inferno sobre como tal diferenciação é ou será feita Dante Alighieri não precisaria ter apelado para um inferno compartimentado em sua obra "A Divina Comédia". Eu muito bem poderia perguntar o mesmo:

"Vc ainda não explicou como há justiça no tormento eterno se ele iguala Hitler a um ladrão de galinhas. Existe alguma justiça em oferecer o mesmo destino (o inferno eterno) à Hitler e ao ladrão de galinhas?"

A verdade é que a Bíblia não é clara ao dar uma resposta sobre isto e não creio que as teorias apresentáveis sejam mais do que teorias. Ambos os grupos talvez só saberão como isto será feito no Juízo Final. É entretanto, sabido tanto por aniquilacionistas quanto por imortalistas que Deus o fará com justiça. Apesar das afirmações de Jesus nos darem a idéia de que a punição será "na mediada" não há nenhum consenso no meio teológico sobre como isto será feito. Existem várias teorias que independem de qual visão seja a verdadeira e nenhuma a meu ver possui tanta vantagem sobra a outra para que concluamos a sua maior plausibilidade.

O que podemos concluir é que a única forma de alguém provar que o aniquilacionismo implica em uma injusta igualdade entre pecadores maiores e menores não pode se basear no fato de que aniquilacionistas não saibam como isto será feito, pois os imortalistas enfrentam o mesmo problema, mas sim provando primeiro que esta proposta é impossível no aniquilacionismo, algo que nenhum imortalista pode fazer.

_

Nenhum comentário:

Postar um comentário